sábado, 9 de julho de 2011

PADRES NO BANCO DOS RÉUS


Começou às 9 horas de ontem o julgamento dos três padres acusados de abuso sexual de jovens na cidade de Arapiraca (AL), a 150 quilômetros de Maceió. Luiz Marques Barbosa, Edilson Duarte e Raimundo Gomes são acusados de abusar sexualmente de três coroinhas. A sessão é presidida pelo juiz João Carlos de Azevedo Lema, da Vara da Criança e da Juventude da cidade. Segundo o juiz, os condenados podem pegar de cinco a dez anos de prisão.

O magistrado abriu a audiência ouvindo primeiro os três coroinhas que se dizem vítimas de abuso sexual: Fabiano Ferreira, de 21 anos; Cícero Flávio Barbosa, de 20; e Anderson Farias, de 21. Eles reafirmaram as acusações contra os sacerdotes, feitas na Justiça e na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia em maio do ano passado.

Dois representantes do Vaticano, Daniel do Nascimento e Menoti Severiano, foram designados pela Diocese de Alagoas para acompanhar as investigações e assistem ao julgamento. Eles afirmaram que, independentemente da decisão da Justiça, o processo já foi aberto por recomendação do Vaticano para apurar as denúncias contra os padres.

Os três sacerdotes, afastados de suas obrigações pela Igreja, foram indiciados no final de abril do ano passado, quase dois meses após o início do escândalo, motivado pela exibição de um vídeo no qual Barbosa, então com 83 anos, aparecia fazendo sexo com um dos coroinhas. Após a divulgação das cenas, os outros dois padres foram denunciados. As imagens foram exibidas em uma audiência da CPI da Pedofilia realizada em Arapiraca, conduzida pelo senador Magno Malta (PR-ES). Uma versão pirata em DVD das imagens, exibidas por um programa de televisão, chegou a ser vendida por camelôs da cidade.

Em defesa, os sacerdotes alegaram terem sido vítimas de extorsão pelos jovens, após gravação das cenas. Um advogado de defesa, Daniel Fernandes, divulgou uma gravação em áudio que seria evidência da tentativa de extorsão. No áudio, de quase 40 minutos de duração, um dos ex-coroinhas pergunta ao advogado: "Quanto é que vale um escândalo desses?" Na época, um dos coroinhas disse ter recebido ameaças de morte ao ser abordado na rua por um desconhecido, que defendia os padres.

Tribuna do Norte

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