segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

PAPA: NOVAS MÍDIAS, INSTRUMENTOS INDISPENSÁVEIS PARA A IGREJA

Na mensagem para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais

Por Jesús Colina

A mensagem que Bento XVI escreveu para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais apresenta sua visão pastoral sobre as novas mídias, consideradas “instrumentos indispensáveis” para a evangelização.

Se bem que o tema do documento, em pleno Ano Sacerdotal, seja “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra”, como explicou esse sábado o arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, o texto está dirigido a toda Igreja.

De fato, como permitiu descobrir a apresentação através de "Power Point", realizada pelo prelado italiano na Sala de Imprensa da Santa Sé – algo praticamente inédito ali –, a mensagem dá passos adiante na expressão do magistério pontifício sobre os desafios que a era da comunicação lança à Igreja, novo sinal dos tempos.

“É uma avaliação positiva das novas tecnologias”, sublinhou Dom Celli. Antes de tudo, o pontífice constata que não se trata de um cenário futuro, mas que “as comunidades eclesiais incorporaram há tempos os novos meios de comunicação como instrumentos ordinários de expressão e de contato com o próprio território, instaurando em muitos casos formas de diálogo ainda de maior alcance”.

Ao falar do “mundo digital”, Bento XVI lança a mesma pergunta que São Paulo lançou aos primeiros cristãos que buscavam anunciar Cristo: “como hão-de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue?”

A resposta do Papa convida todas as comunidades cristãs a dar um passo adiante a respeito do passado: “para dar respostas adequadas a estas questões no âmbito das grandes mudanças culturais, particularmente sentidas no mundo juvenil, tornaram-se um instrumento útil as vias de comunicação abertas pelas conquistas tecnológicas”.

De fato, esclarece, “de fato, pondo à nossa disposição meios que permitem uma capacidade de expressão praticamente ilimitada, o mundo digital abre perspectivas e concretizações notáveis ao incitamento paulino: ‘Ai de mim se não anunciar o Evangelho!’”.

Para el Papa, os novos meios de comunicação não são algo opcional para a Igreja: “com a sua difusão, não só aumenta a responsabilidade do anúncio, mas esta torna-se também mais premente reclamando um compromisso mais motivado e eficaz”.

Lançando este desafio, o pontífice também ilustra o grande perigo: evangelizar com a mídia não significa simplesmente fazer coisas ou transmitir mensagens através destas novas realidades.

“A divulgação dos ‘multimédia’ e o diversificado ‘espectro de funções’ da própria comunicação podem comportar o risco de uma utilização determinada principalmente pela mera exigência de marcar presença e de considerar erroneamente a internet apenas como um espaço a ser ocupado”, adverte.

Não só há que estar presente, esclarece o Papa, há que saber como estar presente “no mundo digital” para manifestar que “a amorosa atenção de Deus em Cristo por nós não é algo do passado nem uma teoria erudita, mas uma realidade absolutamente concreta e atual”.

Deste modo, pela primeira vez em seu magistério de pontífice, Bento XVI chega a articular os objetivos da pastoral no mundo digital com estas palavras: “há-de conseguir mostrar, aos homens do nosso tempo e à humanidade desorientada de hoje, que ‘Deus está próximo, que, em Cristo, somos todos parte uns dos outros’".

O Papa convida a Igreja a percorrer este caminho exercendo uma “diaconia da cultura” no “continente digital”.

“Com o Evangelho nas mãos e no coração, é preciso reafirmar que é tempo também de continuar a preparar caminhos que conduzam à Palavra de Deus, não descurando uma atenção particular por quem se encontra em condição de busca”, esclarece.

Efetivamente, afirma, “uma pastoral no mundo digital é chamada a ter em conta também aqueles que não acreditam, caíram no desânimo e cultivam no coração desejos de absoluto e de verdades não caducas”, assim como os crentes de todas as religiões e pessoas de todas as culturas.

A conclusão do Papa é clara: os novos meios de comunicação “são uma grande oportunidade para os crentes”.

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