segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

João Paulo II e Pio XII “veneráveis”

Decreto autorizado pelo Papa reconhece suas virtudes heróicas

Por Jesús Colina

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 21 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI autorizou esse sábado a publicação dos decretos que reconhecem as virtudes heróicas dos papas João Paulo II e Pio XII, que deste modo passam a ser reconhecidos como “veneráveis” pela Igreja.

Trata-se do primeiro passo importante do processo romano para a causa de beatificação dos dois pontífices. Para que possam ser elevados à glória dos altares se necessitará o reconhecimento de um milagre atribuído a sua intercessão após sua morte, por uma comissão científica, uma comissão teológica, uma comissão de cardeais e bispos e, por último, pelo próprio Papa.

Para ser declarados santos, irá se requerer o reconhecimento de outro milagre atribuído a sua intercessão. Pio XII (Eugenio Pacelli), nascido em Roma, em 1876, foi bispo de Roma entre 1939 e 1959, ano em que faleceu em Castel Gandolfo, a residência dos papas próxima à Cidade Eterna. Guiou a barca de Pedro nas difíceis tormentas da Segunda Guerra Mundial, desenvolvendo uma importante obra de ajuda aos perseguidos, incluídos os judeus.

Por sua parte, João Paulo II (Karol Wojtyla), nascido em 1920 em Wadowice (Polônia), foi eleito Papa em outubro de 1978 e faleceu a 2 de abril de 2005, acompanhado por centenas de milhares de pessoas congregadas na praça de São Pedro, no Vaticano. Os historiadores do século XX lhe atribuem um papel decisivo na queda do comunismo e os historiadores da Igreja veem em seu pontificado um impulso decisivo à aplicação do Concílio Vaticano II.

Os decretos foram autorizados por Bento XVI na audiência que concedeu ao arcebispo Angelo Amato, S.D.B., prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

Este processo foi explicado pelo próprio Papa Joseph Ratzinger, ao receber em audiência os superiores, oficiais e colaboradores da Congregação para as Causas dos Santos, com motivo do quadragésimo aniversário da instituição deste organismo vaticano.

“As principais etapas do reconhecimento da santidade por parte da Igreja, quer dizer, a beatificação e a canonização, estão unidas entre si por um vínculo de grande coerência.

A estas se acrescenta, como indispensável fase preparatória, a declaração da heroicidade das virtudes ou do martírio de um servo de Deus e a verificação de algum dom extraordinário, um milagre, que o Senhor concede pela intercessão do servo fiel”, explicou o Papa.

“Quanta sabedoria pedagógica se manifesta nesta mudança”, assegurou. Falando do reconhecimento das virtudes heróicas, explicou que “em um primeiro momento, convida-se o Povo de Deus a contemplar estes irmãos que, após um cuidadoso discernimento, são propostos como modelos de vida cristã”.

Referindo-se à beatificação, explicou que com esse passo “exorta-se a dirigir-lhes um culto de veneração e de invocação circunscrito no âmbito das Igrejas locais ou de ordens religiosas”.

Por último, acrescentou, com a canonização, o povo cristão “é chamado a exultar com toda comunidade dos crentes pela certeza de que, graças à solene proclamação pontifícia, um filho ou uma filha sua alcançaram a glória de Deus, onde participa na perene intercessão de Cristo a favor dos irmãos”.

Neste processo, esclareceu o pontífice, “a Igreja acolhe com alegria e maravilha os milagres que Deus, em sua infinita bondade, oferece-lhe gratuitamente para confirmar a pregação evangélica. Acolhe, ao mesmo tempo, o testemunho dos mártires como a forma mais límpida e intensa de configuração com Cristo”.

A Igreja, afirmou, realiza estes processos, pois, “no caminho de reconhecimento da santidade, emerge a riqueza espiritual e pastoral que envolve toda a comunidade cristã”.

“Quer dizer –concluiu– a transfiguração das pessoas e das realidades humanas à imagem de Cristo ressuscitado representa o objetivo último do plano de salvação divino”

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