quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

MUNDO: 7 DE CADA 10 PESSOAS NÃO TÊM LIBERDADE RELIGIOSA

Segundo um estudo do Centro de Pesquisa Pew dos EUA

WASHINGTON, quarta-feira, 23 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).- Cerca de 70% da população do mundo vive em áreas nas quais se produzem severas limitações à liberdade religiosa, segundo revela um estudo do Fórum sobre Religião e Vida Pública do Centro de Pesquisa Pew dos Estados Unidos, segundo difunde o L’Osservatore Romano em sua edição de hoje.

O estudo revela também que nos primeiros lugares da classificação de lugares com as maiores restrições da liberdade de profissão da fé e de culto se encontram os países de maioria muçulmana, especialmente no Oriente Médio e no Norte da África.

O estudo, de caráter neutro e sem vontade de juízo crítico dos governos e suas leis, examina a situação de 198 países de todos os continentes, em um período que vai da metade de 2006 à metade de 2008.

Arábia Saudita, Irã, Uzbequistão, China, Egito, Mianmar, Maldivas, Eritreia, Malásia e Brunei são os países com limitações de grau mais elevado em absoluto (5% do total), enquanto que, do lado oposto, Brasil, Japão, Estados Unidos, Itália, África do Sul e Reino Unido, entre outros, estão nos últimos lugares na classificação de Pew.

A análise revela uma contradição onde se afirma que a maior parte dos países (76%) tem constituições ou leis que preveem a liberdade religiosa, mas somente 53 governos respeitam plenamente este direito.

A análise descreve várias realidades nas quais se somam tanto as ações diretas dos governos como as atividades de grupos fundamentalistas.

“O verdadeiro teste do nível de restrições – observa Alan Cooperman, membro da equipe de pesquisas do Instituto Pew – começa precisamente na análise da situação daqueles que pertencem às minorias religiosas.”

O informe distingue os países nos quais as restrições são em geral consequência das políticas dirigidas pelos governos ou sancionadas pelas leis, daqueles nos quais, ao contrário, frente a governos “tolerantes”, dão-se hostilidades entre os diferentes grupos religiosos da sociedade; ou também onde ambas as situações, políticas e sociais, apresentam-se juntas.

Por exemplo, as mais severas limitações são registradas em países como a Arábia Saudita, Paquistão e Irã, onde se somam a hostilidade com relação às minorias religiosas tanto dos governos como dos grupos sociais.

“Neste caso - explica Timothy Shah, professor do Instituto de Cultura, Religião e Assuntos Mundiais da Universidade de Boston –, os dois fenômenos tendem a desenvolver-se juntos: umas vezes, as restrições dos governos são inspiradas pelos grupos fundamentalistas; mas, ao invés de contribuir para deter as hostilidades entre grupos religiosos, as ações das autoridades tendem a exacerbar mais a situação.”

Pelo contrário, na Nigéria ou em Bangladesh, os governos agem com políticas menos severas, mas na sociedade as ocasiões de choque entre os grupos religiosos não conseguem ser aplacadas.

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