quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SANTIDADE DE JOÃO PAULO II ERA "EVIDENTE"


No sábado, Bento XVI aprovou um decreto que assegura as virtudes heróicas de João Paulo II. Para sua beatificação, João Paulo II, que morreu em 2005, necessita de um milagre atribuído a sua intercessão.

–Bento XVI aprovou as virtudes heróicas de João Paulo II e fala-se que poderia ser beatificado já no próximo mês de outubro. Até que ponto é importante avançar tão rapidamente o processo de canonização?

–Carl Anderson: Realmente é excepcional que a causa de beatificação avance tão rapidamente, mas não é algo que tenha precedentes em casos verdadeiramente extraordinários. A causa da Madre Teresa também avançou rapidamente. Penso que a chave de ambos, João Paulo II e Madre Teresa, foi esta: os dois foram reconhecidos e aclamados mundialmente por sua santidade. Não deveríamos esquecer os clamores de “santo já” repercutidos no funeral de João Paulo II.

Quanto à beatificação de João Paulo II, não gostaria de especular sobre o calendário da mesma. Um evento assim só acontece depois de um processo muito cuidadoso, que requer tempo, mas todavia as coisas estão avançando rapidamente.

–Você conheceu João Paulo II pessoalmente. O que mais te impressionou?

–Carl Anderson: O Papa João Paulo II foi inesquecível em vários aspectos. Era, sem dúvida, um homem muito santo, que amava intensamente Cristo e que era o vigário de Cristo na terra, uma função que ele tomou com muita seriedade. Se a sua santidade era evidente, era também seu aspecto humano. Tinha um grande humor e uma mente muito brilhante.

Qualquer pessoa que leu os documentos de João Paulo II sabe o quão brilhante e importante era sua fé. Ao conhecê-lo, encontrei um homem fiel a seus escritos. Um homem com uma profunda consciência e compaixão pela humanidade, pelo próximo, pelo futuro.

Era um homem tão notável como pessoa, como eram também seus pensamentos e seus escritos. Isto era percebido por qualquer um que passava um pequeno tempo com ele.

–Muitos têm analisado o papado de João Paulo II e seu impacto na Igreja e no mundo. Mas o processo de canonização deve se fazer com a santidade do último Papa. De que maneira você pode dar fé da santidade pessoal de João Paulo II?

–Carl Anderson: Eu penso que os impactos de João Paulo II na Igreja e no mundo são resultados diretos de sua santidade.

Ele entendia a fé como algo que deveria ser pregado, algo que apresentar às pessoas para criar uma sociedade justa, em que a dignidade de todos – nascidos ou não, jovens e adultos, ricos e pobres – fosse levada a sério.

Ele levou sua fé para relacioná-la com o mundo, com resultados notáveis.

Também conduziu com o exemplo. João Paulo II tinha uma profunda vida de oração e uma verdadeira relação com Cristo. Seu amor por Deus e pelo próximo eram evidentes em todas as páginas de seus escritos.

Nos últimos anos de sua vida, começando pela tentativa de assassinato em 1981, foi um homem que frequentemente sofria fisicamente, mas testemunhou o amor e a esperança, apesar da dor.

Continuou se encontrando com as pessoas, pregando, sem se importar quão enfermo estivesse, e quando estava demasiadamente doente, mostrou ao mundo a forma bonita com que se pode morrer quando se está preparado para encontrar Deus, como um bom e fiel servo.

–Disse-se que o último Papa realizou muitos milagres. Isso é certo?

–Carl Anderson: Como o processo de santificação continua, a Congregação para as Causas dos Santos seguramente revisará a evidência para ver se ocorreu um milagre. Acredito que poucas pessoas ficariam surpresas se afirmarmos que João Paulo II está no céu cuidando de nós.

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