quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

NATAL É A FESTA DO AMOR INDEFESO DE DEUS, AFIRMA PAPA

Dedica a audiência geral a explicar a origem das festas natalinas

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 23 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).- A celebração do Natal “evidencia o amor indefeso de Deus, sua humildade e benignidade, que na Encarnação do Verbo se manifesta aos homens para ensinar uma forma nova de viver e de amar”.

Assim explicou o Papa em sua tradicional catequese de hoje, que, às vésperas na Noite de Natal, quis explicar a origem da celebração do Natal.

“Naquele Menino, Deus passou a estar tão próximo de cada um de nós, que podemos nos referir a Ele por ‘você’, cultivando com Ele uma relação íntima de profundo afeto, como faríamos com um recém-nascido.”

“Deus vem sem armas, sem força, porque não pretende conquistar, por assim dizer, a partir do externo, mas deseja, ao contrário, ser acolhido pelo homem livremente; Deus se faz um Menino indefeso a fim de vencer a soberba, a violência, o ímpeto de possuir do homem.”

Dessa forma, quis “vencer pelo amor, conduzindo-nos à nossa verdadeira identidade”, acrescentou o Papa.

Primeiro “presépio”

O Natal, observou, não é a festa cristã mais antiga, e sim a Páscoa, já que a “ressurreição de Cristo fundou a fé cristã, e está na base do anúncio do Evangelho e do nascimento da Igreja”.

“O primeiro a afirmar com clareza que Jesus teria nascido em 25 de dezembro foi Hipólito de Roma, em seu comentário ao Livro do profeta Daniel, escrito por volta de 204. Algum exegeta observa, depois, que nesse dia era celebrada a festa à Dedicação ao Templo de Jerusalém, instituída por Judas Macabeu em 164 a.C.”

A coincidência das festas, afirma o Papa, “vem então significar que, com Jesus, surgido como Luz de Deus em meio à noite, realiza-se verdadeiramente a consagração ao templo, o Advento de Deus sobre a terra”.

“Na cristandade, a festa do Natal assumiu uma forma definida no século IV, quando toma então o lugar da antiga festa romana do Sol Invictus, o sol invencível; coloca-se assim em evidência que o nascimento de Cristo constitui a vitória da verdadeira luz sobre a escuridão do mal e do pecado.”

No entanto, a forma de celebrar o Natal que conhecemos “se desenvolveu no Medievo, graças a São Francisco de Assis”.

São Francisco, “acima de todas as outras solenidades, celebrava com inefável zelo o Natal do Menino Jesus, chamando de a festa das festas aquele dia em que Deus, feito um bebê, mamou em seios humanos”, explicou o Papa, citando a biografia do santo escrita por Tomás de Celano.

Este biógrafo é quem narra a conhecida aparição milagrosa do Menino Jesus no presépio de Greccio, com o qual São Francisco queria reviver o mistério do Natal.

“O que animava o Pobrezinho de Assis era o desejo de experimentar de maneira concreta, viva e atual, a humilde grandeza do evento do nascimento do Menino Jesus, e de comunicá-lo a todos”, explica Bento XVI.

A noite de Greccio “deixou para a cristandade toda a intensidade e beleza da festa de Natal, e educou o povo de Deus para que compreendesse sua mensagem mais autêntica, seu calor único, e a amar e adorar a humanidade de Cristo”.

“Este quadro descreve, com grande precisão, como a fé viva e o amor de São Francisco pela humanidade de Cristo transmitiram a fé cristã do Natal: a descoberta de que Deus se revela nos ternos braços do Menino Jesus”, concluiu.

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