No século XI, na Turquia, os caravaneiros do deserto observaram que o raio de sol que penetrava pelo furo de uma tenda projetava imagens invertidas dos objetos. Assim surgiu o que hoje se conhece como câmara escura.
Nos séculos seguintes, a câmara escura se tornou comum entre os sábios europeus, que já podiam observar os eclipses solares, sem prejudicar os olhos. No século XIV, já se aconselhava o uso da câmara escura como auxílio ao desenho e à pintura. Leonardo da Vinci (1452-1519) fez uma descrição da câmara escura em seu livro de notas sobre os espelhos, publicado somente em 1797. Em 1685, Johan Zahn descreveu a utilização de um espelho, para redirecionar a imagem ao plano horizontal, facilitando assim o desenho nas câmaras portáteis.
Em meados do século XIX, cientistas franceses e ingleses descobriram que determinadas substâncias mudavam de cor ao serem expostas à luz e que, após um tratamento químico, poderiam ser utilizadas para formar imagens duradouras. Assim surgiu a fotografia, combinando as câmaras escuras com o processo químico de fixação de imagens. Uma pequena caixa de madeira, criada pelo inventor francês Louis Jacques Daguerre, foi apresentada oficialmente na Academia de Ciências de Paris, em 18 de agosto de 1839.
No Brasil, no interior do estado de São Paulo, em 15 de agosto de 1832, ocorreu um fato que destacou o país das grandes capitais européias. A inexistência de recursos para impressão gráfica, naquela época, levou Antoine Hércules Romuald Florence, desenhista francês radicado no Brasil, a pesquisar fórmulas alternativas. Florence deu sentido prático à sua descoberta, denominando-a de photographie, cinco anos antes do astrônomo inglês John Herschel, a quem a história atribuiu o mérito de ter criado essa palavra.
Em 1833, Florence aprimorou a invenção e passou a fotografar com chapa de vidro e papel pré-sensibilizado para contato. Foi o primeiro a usar a técnica "negativo/positivo", empregada até hoje. Mas o seu pioneirismo não pôde ser confirmado, porque não houve registro oficial na época.
A fotografia chegou ao Rio de Janeiro em 16 de janeiro de 1840, com o abade Louis Compte (ou Comte), que registrou, em 21 de janeiro do mesmo ano, as primeiras imagens do Rio de Janeiro a pedido de D. Pedro II, durante uma demonstração. O imperador, por sua vez, se interessou tanto pela fotografia, que se tornou o primeiro fotógrafo brasileiro, com menos de 15 anos de idade. Depois, além de praticante, tornou-se colecionador e mecenas da nova arte.
No início do século XX, o industrial norte-americano George Eastman lançou a câmera-caixão, denominando-a Kodak Brownie, de fácil manuseio, pois utilizava rolos de filmes, inventados por ele. Inicialmente, estes eram monocromáticos, porém, na década de 1930, foram desenvolvidos os filmes coloridos.
No século XXI, já existem as câmeras digitais, que permitem, em segundos, a transposição da imagem para qualquer meio magnético, como disquete, CD-ROM, DVD etc. Surgiram também os primeiros minilabs digitais - equipamentos automáticos de revelação/impressão de fotos.
A fotografia é uma forma de comunicação não-verbal e pode conter múltiplos significados, dependendo de quem a interpreta. É arte e técnica unidas, informação de impacto e importante complemento da mídia.
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