domingo, 21 de agosto de 2011

ASSUNÇÃO DA VIRGEM MARIA - Lucas 1,39-56


Lucas, no início de seu evangelho, aproxima e inter-relaciona João Batista e Jesus. Isto é feito com as narrativas dos anúncios a Zacarias e a Maria, respectivamente, dos anúncios das concepções de João Batista e Jesus, seguindo-se com a narrativa dos dois nascimentos em paralelo, e com esta narrativa da visitação de Maria a Isabel. Com estas narrativas procura-se afirmar uma supremacia de Jesus em relação a João Batista desde os seus nascimentos. Maria, ao receber o anúncio de que conceberia a Jesus, teve como sinal dado pelo anjo Gabriel a própria concepção que acontecia com sua prima Isabel, já no sexto mês. Ela parte então para visitar e servir Isabel já nos últimos meses de sua gravidez. Lucas apresenta Maria, levando seu filho no ventre, seguindo o percurso da gentílica e periférica Galileia ? Judeia, na casa de Zacarias, sacerdote do Templo de Jerusalém, em um encontro do desabrochar da vida. Mais tarde Jesus fará este percurso, em direção a Jerusalém, para o momento da consumação final de seu ministério e de sua vida. Da mesma forma como o anjo entrou em casa de Maria e a saudou, comunicando-lhe o Espírito Santo, Maria, agora, entra e saída Isabel. Esta, ouvindo a saudação de Maria, fica cheia do Espírito Santo. Isabel passa então a profetizar. Confirma que Maria é mãe do seu Senhor, cuja presença comunica a alegria ao menino no seu próprio ventre. E Maria, em sua maternidade, é bem-aventurada por ter acreditado em tudo o que foi dito da parte do Senhor e que será realizado. Maria, então, pronuncia seu cântico de louvor a Deus pelo cumprimento de sua vontade nela. O cântico de Maria e sua bem-aventurança são a expressão da bem-aventurança dos pobres e do canto de liberdade de todos os oprimidos, explorados e excluídos, de todos os tempos. Maria apresenta como já concretizado, a partir de sua gestação, o projeto vivificante de Deus. Pela vida e presença de Jesus os pobres humildes são restaurados em sua dignidade, enquanto que os favorecidos pela sociedade são destituídos de seus privilégios. Está em ato a intervenção de Deus na história, trazendo a esperança de um mundo novo onde vigore a justiça e o amor. Sob uma perspectiva escatológica, em uma apoteose de poder e glória, o livro do Apocalipse (primeira leitura) e a Primeira Carta aos Coríntios (segunda leitura) apresentam a vitória final de Deus sobre toda ameaça à sua Igreja.

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