Esta imagem do grão que cai na terra e tem que morrer para dar frutos é usada, também, por Paulo em sua primeira carta aos Coríntios (15,36s). Antigamente julgava-se haver uma descontinuidade entre o grão e os frutos. Assim esta imagem do grão se adaptava à tradição da ressurreição baseada na leitura do livro de Daniel, no capítulo 10, com a visão dos ossos dos mortos que são revivificados. Na realidade sabemos que o grão já tem em si a vida e não morre, mas se transforma. Há assim uma continuidade entre o grão, a árvore e os frutos por ela produzidos. Assim também, o Jesus humano já tem em si a vida divina e eterna, a qual permanece e se manifesta após sua morte na cruz. A imagem da semente que morre e dá fruto suscita interrogações sobre o modo como vivemos neste mundo. Queremos ter segurança em nossa vida correndo atrás dos projetos de enriquecimento e sucesso, colocando-nos a serviço dos poderosos deste mundo? Ou queremos abandonar os sucessos deste mundo e entregar nossa vida nas mãos de Deus, em comunhão com seu amor e confiantes em sua providência, fieis ao cumprimento de sua vontade aqui na terra? Seguir a Jesus é servir, como ele nos serviu. O amor de Jesus nos liberta, transformando nossas vidas e nos movendo ao serviço aos mais carentes e necessitados, em comunhão de amor e vida com Jesus e o Pai.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
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