quarta-feira, 18 de novembro de 2009

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2010

FONTE: ZENIT

O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, considera que os objetivos prioritários da economia são: “pão na mesa, casa, educação, saúde e oportunidades de vida digna para todos os membros da família humana”.

Dom Odilo comenta –em artigo difundido pela CNBB hoje– sobre a Campanha da Fraternidade de 2010 da Igreja no Brasil, cujo tema será “economia e vida”, e o lema, “vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24).

Segundo o arcebispo, este tema “tem inegável pertinência e atualidade”, sendo a atividade econômica um dos âmbitos fundamentais “para a promoção e o exercício da fraternidade”.

O arcebispo considera que “a recente crise financeira e econômica demonstrou mais uma vez que a economia sem critérios éticos, ou com critérios equivocados, não tem bases sólidas e suas consequências são a pobreza e o sofrimento de muitas pessoas, grupos e de inteiros povos”.

“A atividade econômica, que tem como objetivo supremo, em vez do suprimento das necessidades básicas do ser humano, o lucro a qualquer preço e o acúmulo sempre maior de bens, gera multidões de famintos, deixados à margem do grande giro econômico, excluídos do bem comum.”

Além disso –prossegue o arcebispo–, a lógica econômica que “privilegia a produção e o consumo de supérfluos também se torna uma grave ameaça à sustentabilidade da vida no planeta Terra”.

Do ponto de vista social, “as massas de empobrecidos, que migram para regiões mais prósperas do mundo, são consequência da atividade econômica desenvolvida por décadas, sem a preocupação básica com a solidariedade e a justiça econômica global”.

“Mais que em outros tempos, hoje caímos na conta de que somos todos interdependentes; nossos benefícios também devem estender-se a todos, para que os males de outros não venham a ser nossos males também”, sublinha o cardeal Scherer.

O arcebispo de São Paulo recorda que Bento XVI, na encíclica Caritas in veritate, assinala que o progresso dos povos só será autêntico se tiver em conta o bem de todas as pessoas e da pessoa toda.

“Para alcançar isso, será necessária uma atenção sempre maior aos critérios da justiça social, da equidade e da solidariedade, para que os benefícios econômicos sejam efetivamente estendidos a todos”, comenta.

“E teremos todos que aprender a viver de maneira mais sóbria, superando certo modo predatório de interagir com o próximo e com a natureza, assimilando sempre mais a ética do cuidado.”

O “amor servil ao dinheiro” –comenta Dom Odilo– chama-se “avareza e pode transformar-se em verdadeira idolatria, levando o homem a sacrificar tudo, mesmo os valores éticos, a saúde e a própria dignidade, para acumular bens”.

“A idolatria do dinheiro cega e torna insensível o coração humano diante das necessidades e sofrimentos do próximo. E também dá certa sensação de onipotência, que faz passar por cima da Lei de Deus.”

O arcebispo destaca que a Campanha da Fraternidade de 2010 “abordará a questão econômica de maneira não acadêmica e, de certa forma, provocadora”.

Será um olhar “a partir do olhar dos menos beneficiados pelas teorias econômicas convencionais e de critérios que, apesar de esquecidos, são determinantes para alcançar os objetivos prioritários da economia: pão na mesa, casa, educação, saúde e oportunidades de vida digna para todos os membros da família humana”.

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