sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

GENEALOGIA DE JESUS - Mateus 1, 1-17

O Primeiro Testamento converge para dois temas ideológicos principais: a afirmação de um ramo da descendência de Abraão como povo divinamente eleito, e a preeminência de Davi como piedoso e poderoso rei modelar. O Judaísmo, surgido entre as elites exiladas na Babilônia e consolidado no retorno do exílio, recorre às elaborações genealógicas para afirmar-se como abraâmico e davídico. As genealogias foram utilizadas também para reivindicar pertença a estirpes sacerdotais originárias de Aarão e para identificar vocações messiânicas. Mateus, dirigindo-se a omunidades de cristãos convertidos do Judaísmo, insiste em vincular Jesus às suas antigas tradições, para convencer-lhes de que, nele, se realizavam suas expectativas messiânicas. Com esta intenção Mateus inicia seu Evangelho com uma genealogia, em três blocos de sucessão: de Abraão a Davi, de Davi ao exílio, do exílio a José, "esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado o Cristo". Contudo, fica em aberto um espaço para a novidade: o menino que nasceu não é fruto de José, mas do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário