quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

JESUS AFIRMA QUE É O SALVADOR - Mateus 11, 11-15

Neste tempo do Advento, particularmente nos dias mais próximos do Natal, a liturgia destaca a figura de João Batista. Os quatro Evangelhos, no seu início, associam entre si João Batista e Jesus. Em geral considera-se João Batista de maneira limitada, como simplesmente alguém que apontou para Jesus afirmando que ele é o Salvador. Na realidade a pregação de João Batista foi muito consistente e autêntica, atraiu muitos seguidores e abalou os poderes constituídos, religioso judaico e civil romano. Embora de família sacerdotal, João Batista distanciou-se do poder e dos interesses dos sacerdotes do Templo de Jerusalém, passando a anunciar no deserto o perdão dos pecados pela prática da justiça. Este anúncio esvaziava a função do Templo, no qual a purificação dos pecados era feita pelos sacerdotes, mediante ofertas. A conversão à prática da justiça era uma ameaça aos poderosos. Daí a perseguição e a morte de que foi vítima, pela articulação das elites do Judaísmo e da corte de herodes. A conversão significa a ruptura com o sistema de poder, riqueza e exclusão, e supõe, de certo modo, um ato de violência interior. E este sistema se sente ameaçado por esta ruptura, exercendo violência contra aqueles que assim ousam.

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