O papa João Paulo II, na Carta Encíclica sobre as missões, inspirou-se no apóstolo Paulo (At 17,16-34) para falar sobre os novos desafios missionários, semelhantes aos que Paulo enfrentou no Areópago de Atenas.
Paulo elogiou os atenienses, ao afirmar: "[...] em tudo eu vejo que sois extremamente religiosos [...] encontrei até um altar com esta inscrição: 'a um Deus desconhecido' [...]" (At 17, 22-23). Desse modo, se demonstrou que a própria cultura grega apontava para o Deus único.
O discurso do apóstolo nos faz constatar, também, que nas religiões não-cristãs há a presença do Espírito de Deus e de algum modo uma orientação rumo a Cristo, pois Deus "na realidade, não está longe de cada um de nós" (at 17,27). Com essas palavras, o apóstolo converteu o areopagita Dionísio, uma mulher chamada Dâmaris e outras pessoas que o ouviram (At 17,34).
A Igreja sabe que as pessoas de hoje, como no tempo de Jesus, sentem sede de Deus, mesmo que às vezes não a identifiquem interiormente, razão pela qual "andam como que às apalpadelas" (At 17,27) à sua procura. No tempo de Jesus, diziam: "Queremos ver Jesus" (Jo 12,21); os discípulos diziam ao Mestre: "Todos te procuram" (Mc 1,37)". Hoje isso continua a ocorrer, razão pela qual os cristãos devem manter revigorada a consciência missionária da Igreja, anunciando a Palavra aonde forem.
Somente o amor de Deus, por meio de seu Filho, Jesus, é capaz de transformar em irmãos as pessoas de qualquer raça e cultura e fazer desaparecer as dolorosas divisões, os contrastes ideológicos, as desigualdades econômicas e os violentos atos abomináveis dos conflitos e guerras que ainda oprimem a humanidade.
O missionário e a missionária estão associados de modo singular à pessoa de Cristo, pois Jesus disse: "[...] quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai" (Jo 14,12). Todos são chamados, portanto, a colaborar dentro e fora de seu país, levando a mensagem do Reino dos Céus proclamada por Jesus Cristo.
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