As extrações dentárias efetuadas no Brasil, a partir do seu descobrimento, baseavam-se em técnicas primitivas; os instrumentos eram inadequados e não havia anestesia nem alguma forma de higiene. O barbeiro ou o sangrador exercia essa atividade; era forte, cruel, insensível e rápido. Via de regra, era aprendiz de um bom profissional, ignorante e pouco estimado pela sociedade.
Desde a vinda do príncipe-regente D. João ao Brasil até a época em que D. Pedro tomou posse como regente do Brasil, a profissão era exercida por barbeiros, sangradores e cirurgiões, fiscalizados pelo cirurgião-mór. Eles tinham de possuir uma carta de confirmação da profissão, que era dada "aos barbeiros e sangradores", em geral, os escravos. Em 1631, a lei previa uma multa a todos que "tirassem dentes" sem licença.
A quarta edição do Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Eduardo de Faria, define: "Barbeiro: s.m. - o que faz barba; (antigo) "sangrador", cirurgião pouco instruído que sangrava, deitava ventosas, sarjas, punha cáusticos e fazia operações cirúrgicas pouco importantes".
Em 1728, na França, Piérre Fauchard, o Pai da Odontologia Moderna, revolucionou a odontologia ao estabelecer novos conceitos, ao criar técnicas e aparelhos.
Nessa época, no Brasil, começava a exploração do ouro nas Minas Gerais, atividade que atraiu um grande número de pessoas para o local. Por isso, a Corte portuguesa nomeou José S. C. Galhardo o primeiro cirurgião-mór, ato que acabou regulamentando essa atividade profissional.
A primeira carta para dentista foi dada, em 1824, a Gregório Raphael da Silva. Em 1828, foi extinto o cargo de cirurgião-mór, passando a fiscalização para a concessão das cartas às Câmaras Municipais e à Justiça Ordinária.
O ensino da odontologia no país foi instituído em 1880, por Vicente Cândido Sabóia, o Visconde de Sabóia, diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Hoje, os dentistas ou odontólogos são profissionais respeitados e responsáveis pela saúde bucal e dos dentes, do bom funcionamento da articulação e da mastigação. Podem ser especialistas em uma ou mais áreas da odontologia e atuam não só no magistério, na indústria odontológica e na farmacêutica, como também na administração ou planejamento de saúde oral do setor público.
O dentista é também homenageado no Dia Mundial do Dentista, em 3 de outubro, época em que são realizados vários fóruns mundiais, organizados para discutir e apresentar os novos caminhos da medicina e da odontologia para melhorar a manutenção da saúde bucal das populações, sobretudo as mais carentes.
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