Lucas é o evangelista que registra em maior número as ocasiões em que Jesus encontra-se em oração. Contemplar Jesus em oração é uma fonte para nossa própria oração. A Boa Nova de Jesus tem sua origem na pregação de João Batista. A partir desta origem, Jesus adota um estilo pessoal e transcendente no seu anúncio. Os discípulos de Jesus, valorizando o testemunho e a prática de João Batista, pedem a Jesus que os ensine a orar, assim como João ensinara seus próprios discípulos. Esta oração ("Pai Nosso", Mt 6,9) em Lucas é mais simples do que a de Mateus e pode aproximar-se mais do ensino de Jesus. Para Jesus a oração caracteriza-se pela simplicidade. A oração não é resultado da multiplicação de palavras, gestos, ou técnicas especiais. A oração ao Pai comporta dois movimentos de nosso coração, na simplicidade: a acolhida da presença de Deus entre nós, em seu nome santo, e a disposição para a comunhão com os irmãos, na partilha do pão e no perdão; fica caracterizada a responsabilidade de cada um em tomar a iniciativa do perdão aos demais, com a qual se alcança também o perdão de Deus para si mesmo. No pedido final, nos apoiamos em Deus para não sermos seduzidos pelas propostas dos poderosos deste mundo, afastando-nos da solidariedade com os pobres excluídos.
José Raimundo Oliva
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