quarta-feira, 24 de março de 2010

BENTO XVI CONTRÁRIO À CULTURA D SILÊNCIO

Bento XVI, sempre contrário à cultura do silêncio

Porta-voz do Vaticano comenta a Carta do Papa aos católicos irlandeses
Com relação aos casos de abusos por parte de sacerdotes, Bento XVI esteve sempre empenhado contra a cultura do silêncio, afirmou o diretor da Sala de Imprensa vaticana, o padre Federico Lombardi S.J., em seu briefing de apresentação aos jornalistas da carta do Papa endereçada aos católicos da Irlanda.
“Verdade”, “consciência”, “dor”, “conversão”, “empenho”: estas são as palavras-chave com as quais o porta-voz falou do documento.
“É um documento que não procura por desculpas, é honesto e sincero” – explicou o padre Lombardi. “A carta pastoral permanece muito honesta e lealmente concentrada sobre a Igreja, sobre as responsabilidades dos membros da Igreja, sobre os sofrimentos causados, e não tenta se eximir do problema”.
O sacerdote jesuíta lembrou em seguida que, antes de publicar esta Carta, o Papa consultou os relatórios irlandeses Ryan e Murphy, e reuniu-se com os bispos do país.
Por este motivo, disse ele, “o Papa não acredita que se trate de algo simples ou rápido, pois declarou: ‘este é apenas um passo num longo caminho’”.
Respondendo às perguntas dos jornalistas, padre Lombardi evidenciou o empenho do Papa em combater a pedofilia na Igreja e sua firme oposição à “cultura do silêncio”, desde de seus tempos de cardeal.
“Aquele que conhece a situação e conhece o trabalho desenvolvido pelo Papa” – disse o porta-voz – “sabe do seu testemunho pela busca de coerência e de clareza, desde sua atuação na Congregação para a Doutrina da Fé”.
A Carta, esclareceu o diretor da Sala de Imprensa, é um documento pastoral, e portanto é claro que não aborda eventuais “decisões sobre demissões de prelados, que competem apenas ao Papa e à Congregação para os Bispos”.
Adicionalmente, evidenciou como a situação da Igreja na Alemanha se diferencia da irlandesa: “na carta, o Papa aborda o problema em geral, mas também o contexto específico da Irlanda, que é diferente do alemão”.
Padre Lombardi enfatizou que todos os membros da Igreja têm o dever de respeitar as leis dos países onde atuam e de colaborar com as autoridades civis.
A Igreja, prosseguiu, apresenta-se como uma autoridade moral, o que faz com que estes crimes se tornem ainda mais graves, quando cometidos por agentes eclesiais.
Ainda durante o briefing, o porta-voz vaticano anunciou a inauguração de uma nova seção no site oficial do Vaticano, www.vatican.va, que reúne diversos documentos pontifícios ligados à questão, bem como uma tradução para a língua inglesa da Crimen sollicitationis.

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