Santo Afonso, grande cantor das glórias de Maria, escreve: “Nunca houve, nem haverá, quem ame a Deus mais do que Maria, tão pouco, nunca houve nem haverá quem mais do que ela ame o próximo” (Glórias de Maria Santíssima p. 421).
Em Nossa Senhora, podemos encontrar todas as virtudes em grau elevado. Entre elas se destaca o amor que é a síntese de todas as virtudes. Há uma razão muito simples que justifique o amor que tem por nós. Ela é cheia da graça de Deus, como lhe disse o Anjo Gabriel “Salve, ó cheia de graça”. A presença de Deus nela é correspondida por um amor muito grande, pois O amava juntamente com seu Filho bendito e pela ação do Espírito Santo que a cobria sempre com sua sombra. O Espírito, que é o Amor, a envolvia em seu amor. Neste amor amava com Jesus e como Jesus amava. S. Afonso demonstra-o pelo simples gesto que Maria faz socorrendo as necessidades dos noivos em Caná. É normal para quem ama, preocupar-se com as pessoas amadas.
E por que nos ama? Maria era também mulher e, além disso, mãe. Quanto amor encontramos nas mães que tem filhos adotivos! A adoção que o Pai fez em nosso favor não é simplesmente a escolha amorosa de um abandonado, mas o acolhimento daqueles que Jesus assumiu como irmãos em sua natureza. Maria participa dessa atitude amorosa de adoção dos irmãos de Jesus. “Ele não se envergonha de chamá-los irmãos” (Hb 2,11), nem ela de nos chamar de filhos.
Ela nos ama com amor de mulher e com o amor de mãe. Feminino e Materno! Por isso ela pode muito bem receber todos os títulos que a história lhe deu: Mãe amável, como cantamos na ladainha. Mãe do belo amor! Mãe de Deus e nossa! A fé nos ensina e a devoção nos anima.
Maria, na encarnação de Jesus, acolheu todo amor com o qual Deus quis redimir a humanidade através de seu Filho Jesus. Jesus nasce para nós como fruto do amor do Pai. Maria participa desta obra de redenção no amor do Pai que dá o Filho e unida ao amor de seu Filho que vai até à morte de Cruz para mostrar seu amor, como escreve João: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o extremo do amor “ (Jo 13,1). S. Afonso diz ainda: “A Eucaristia é memorial do amor que Jesus manifestou ao se entregar por nós na cruz” ( ).
O coração cheio de amor de uma mulher-mãe acolhe o amor de um Deus que a chama de mãe. Somente um coração todo amor pode acolher um amor que se chama Deus. Maria, assim, ama a todos e a tudo com o amor humano e o amor de Deus, do qual participa.
Não amar Nossa Senhora que ama com tanto amor, não somente é um prejuízo para nós, mas ofensivo a seu querido Filho, nosso irmão, que nos ensinou o 4º mandamento: Amar pai e mãe.
Deixemo-nos amar por Maria que ela nos conduzirá ao amor a Jesus.
Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
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