Após a morte de Jesus na cruz seus discípulos sentiram-se frustrados. A sua herança religiosa do Antigo Testamento impedia-lhes que compreendessem Jesus. Suas esperanças fundavam-se no jogo do poder. Um messias, da linhagem de Davi, poderoso, conduziria o povo judeu a uma glória que superaria o poder do império romano. Jesus não foi este messias. Não faltaram repreensões de Jesus aos discípulos neste sentido: "sois sem inteligência e lentos para crer". A partir da frustração do messianismo terreno em Jesus, os discípulos reinterpretaram este messianismo davídico, aplicando-o à ressurreição. O ressuscitado é portador de glória e poder. A pregação dos apóstolos é feita a partir do anúncio básico da trajetória de Jesus de Nazaré, morto e ressuscitado, e doador do Espírito Santo (primeira leitura - fala de Pedro em Pentecostes). A ressurreição de Jesus significa a sua presença entre nós. É a permanência de Jesus de Nazaré, que em toda sua vida comunicou tanto amor e paz divinos. Ele é reconhecido na partilha do pão. Ele é o pão da vida. É uma presença concreta, que é experimentada na partilha da vida, no amor, vivida em comunidades abertas a todos. Envolvidos pelo amor de Jesus, presente entre nós, somos libertados da "vida fútil" (segunda leitura) herdada desta sociedade de mercado e consumo, estruturada e imposta pelos ricos e poderosos.
domingo, 8 de maio de 2011
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