Com absoluta clareza os evangelhos registram a denúncia de Jesus à acumulação das riquezas. Nos primeiros séculos do cristianismo os Padres da Igreja, notadamente Basílio, Ambrósio, João Crisóstomo, Cirilo de Alexandria, já caracterizavam a acumulação da riqueza como sendo fruto da injustiça. Nos evangelhos a ambição da riqueza é descartada com a proclamação da bem-aventurança dos pobres. Lucas acrescenta a esta bem-aventurança a lamentação sobre os ricos. Segundo a "doutrina da retribuição" do Primeiro Testamento, presente em certos ambientes cristãos, o enriquecimento pessoal seria sinal da benção de Deus e a pobreza seria sinal de castigo. Jesus rejeita tais concepções, com uma inversão de critérios. Esta inversão atinge frontalmente o projeto de acumulação capitalista. A injusta acumulação de bens torna o coração tão corrompido quanto às riquezas acumuladas. Os tesouros no céu são conquistados pela união de coração e de vontade com Deus, com o empenho no resgate e no cultivo da vida, particularmente entre os excluídos. O olho é a lâmpada do coração. O olho fixo nas riquezas traz trevas ao coração. O olho sensível ao sofrimento do irmão é luz para o coração.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário