O Papa Bento XVI pediu, neste domingo, 16, durante a oração do Ângelus, força para todas aquelas pessoas que deixaram seus países em busca de melhores condições de vida, recordou o recente anúncio da beatificação do Papa João Paulo II, no dia 1º de maio, e lembrou as pessoas atingidas por graves inundações em várias partes do mundo, assegurando as suas orações.
Sobre a beatificação de seu antecessor, Bento XVI declarou:
“Queridos irmãos e irmãs, como todos sabem, no dia 1º de maio, terei a alegria de proclamar bem-aventurado o Venerável João Paulo II, meu amado predecessor. A data escolhida é significativa: será, de fato, o II Domingo de Páscoa, que ele mesmo dedicou à Divina Misericórdia e na véspera do qual encerrou a sua vida terrena. Aqueles que o conheceram, aqueles que o estimaram e amaram, não podem deixar de se alegrar com a Igreja por este evento”.
E enviou também sua mensagem de conforto aos que sofrem com as catátrosfes naturais:
“Quero assegurar minha especial recordação na oração pelas populações da Austrália, Brasil, Filipinas e Sri Lanka, recentemente atingidas por enchentes devastadoras. Que o Senhor acolha as almas dos defuntos, dê força aos desabrigados e apóie o trabalho daqueles que estão ajudando a aliviar o sofrimento e o desconforto”.
Momentos antes, o Santo Padre recordou que, neste domingo, a Igreja celebra o 97º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, “que a cada ano nos convida a refletir sobre a experiência de tantos homens e mulheres, e de tantas famílias que deixam seus países em busca de melhores condições de vida”. Esta migração é, por vezes voluntária, - destacou Bento XVI - mas às vezes, infelizmente, é forçada pela guerra ou perseguições e ocorre, frequentemente, - como sabemos - em condições dramáticas. Por isso, foi criado, há 60 anos, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Em seguida, o Pontífice sublinhou que, na Festa da Sagrada Família, logo após o Natal, recorda-se que os pais de Jesus fugiram de sua terra natal e foram para o Egito, a fim de salvar a vida de seu menino, o Messias, o Filho de Deus, que também foi um "refugiado".
“A Igreja desde sempre vive dentro de si a experiência da migração. Às vezes, infelizmente, os cristãos se sentem obrigados a deixar, com sofrimento, as suas terras, empobrecendo assim os países onde seus antepassados viveram. Por outro lado, os movimentos voluntários dos cristãos, por diversos motivos, de uma cidade para outra, de um país para outro, de um continente para outro, são uma oportunidade para aumentar o dinamismo missionário da Palavra de Deus e faz com que o testemunho da fé circule ainda mais no Corpo Místico de Cristo, atravessando os povos e as culturas, e alcançando novas fronteiras, novos ambientes”.
Bento XVI dirigiu, depois, o seu discurso para o tema da mensagem que escreveu para o dia de hoje: “Uma só família humana":
“Um tema que indica a finalidade, o objetivo da grande viagem da humanidade através dos séculos: formar uma única família, naturalmente com todas as diferenças que a enriquecem, mas sem barreiras, reconhecendo todos os irmãos. Assim diz o Concílio Vaticano II: ‘Todos os povos constituem uma só comunidade. Eles têm a mesma origem, pois Deus fez habitar todo o gênero humano sobre toda a face da terra’ (Decl. Nostra aetate, 1)”.
A Igreja - diz ainda o Concílio, continuou o Papa - “é em Cristo como sacramento, isto é, sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” (Const. Dog. Lumen gentium,1). Por isso, é essencial que os cristãos, mesmo espalhados por todo o mundo e, portanto, diversos nas suas culturas e tradições, sejam uma só coisa, como deseja o Senhor.
É esta a finalidade da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que se realizará entre os dias 18 e 25 de janeiro. Neste ano, a Semana se inspira numa passagem dos Atos dos Apóstolos: “Unidos no ensinamento dos Apóstolos, na comunhão, no partir o pão e na oração” (Atos 2, 42).
Bento XVI lembrou, em seguida, que antes desta Semana de Oração, nesta segunda-feira, vai acontecer o Dia do diálogo judaico-cristão, quando será analisada a importância das raízes comuns que unem judeus e cristãos.
Na conclusão, o Papa confiou à Nossa Senhora todos os migrantes e aqueles que se dedicam ao trabalho pastoral entre eles. "Maria, Mãe da Igreja, também nos ajude a realizar progressos no caminho rumo à plena comunhão de todos os discípulos de Cristo".
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