Desde o Natal até a Páscoa e Pentecostes a liturgia celebra, em sucessão, os momentos marcantes da vida de Jesus. Na Semana Santa se faz a memória dos últimos dias de ministério de Jesus, centrada na sua morte redentora e ressurreição gloriosa, conforme a tradição sacrifical templária. Jesus está em Jerusalém, após cerca de três anos de atividade na Galiléia e territórios vizinhos. Na sua ação libertadora e vivificante Jesus enfrenta a cúpula dos dirigentes religiosos da Judéia, sediada no Templo de Jerusalém. Pelos conflitos já ocorridos ao longo de seu ministério Jesus tem consciência que o confronto em Jerusalém será fatal. Mas ele não abre mão de sua liberdade de levar o anúncio de seu projeto de vida ao grande número de peregrinos que aí vão para a festa da Páscoa judaica. É a coerência e fidelidade ao projeto do Pai, que Paulo chama de "obediência". Nestes últimos dias sucedem-se a ceia da partilha, a traição de Judas, as omissões dos discípulos, a prisão, o julgamento sumário, as torturas, a crucifixão, a morte e a sepultura de Jesus. Da parte dos dirigentes religiosos Jesus encontrou rejeição absoluta, pois consideravam-se ameaçados em seus privilégios pela prática de Jesus. Da parte dos discípulos Jesus não encontrou plena compreensão. A ideologia do poder em que tinham sido formados não seria removida de imediato por Jesus. Só após a sua morte, com o dom do Espírito, é que irão percebendo o pleno sentido da eternidade e da divindade de Jesus. Jesus em seu ministério anunciou a palavra com "língua habilidosa" (primeira leitura). É a palavra que reanima os desanimados e restaura a vida. "De rosto impassível", sempre permaneceu fiel à sua missão que o Pai lhe entregou, apesar de toda e qualquer repressão dos poderosos. Agora, na cruz, fica consumado seu ministério. O sofrimento na carne e a proximidade da morte provocam um sentimento de abandono. Porém a consciência do amor do Pai leva a uma entrega confiante em suas mãos (Lc 23,46).
domingo, 17 de abril de 2011
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